domingo, 4 de abril de 2010

Giló, ou Jiló?




Tomei a liberdade de "roubar" esse texto do blog do cara. Para quem já se perguntou o porque do meu apelido na faculdade ser Giló, ou Jiló, esse texto não responde à pergunta, mas pelo menos sustenta a minha tese, que deu origem a alcunha. Para os que não entenderem, depois eu explico melhor. Mas tenho certeza que os que sabem da história vão entender rapidamente. Vamos ao texto.

Sobre chocolate e jiló…


1o.) Entenda o mecanismo de formação de preços do mercado. Pense de forma simples.

Qualquer criança consegue entender isso. Uma barra de chocolate custa R$ 4,00, mas a grande procura pelo chocolate nos últimos anos elevou o preço para R$ 40,00. Derrepente, o preço do chocolate começa a cair… todo mundo fica em pânico e o preço chega a R$ 2,00.

Perguntas: 40,00 é caro ou barato? 2,00 é caro ou barato? Qual é o preço justo do chocolate? O chocolate está caro ou barato por problemas com o chocolate ou porque as pessoas estão precificando por pura emoção? Se eu comprar chocolate a 2,00 qual a chance de ele voltar a um preço mais justo assim que as emoções voltarem ao normal?Afinal, chocolate é bom, e uma hora todo mundo vai querer chocolate de novo!

2o.) Não confunda chocolate com jiló! Chocolate é bom e todo mundo gosta, e os preços uma hora vão refletir isso. Agora, jiló não é todo mundo que gosta! Cuidado para não comprar jiló, e pior, jiló caro!

3o.) Tenha sempre boa parte de seu capital livre, para aproveitar quando eventualmente o preço do chocolate cair demais!

4o.) Não assista telejornais. Não preste atenção à massa, senão você vai ficar com seu emocional abalado, e vai se comportar igualzinho à manada. Vai achar que chocolate a R$ 2,00 é uma coisa horrível, e não vai querer chocolate nem por R$ 1,00!

5o.) Cuidado com o jiló mais uma vez! Quando as pessoas estão eufóricas de felicidade, os preços do chocolate e do jiló sobem muito! Quando as pessoas ficam tristes, os preços do chocolate e do jiló caem muito, mas quando essa crise passa, somente o chocolate volta a subir. Já o jiló….

Abraços,

Leitão
Analista, especulador e investidor individual
Blog pessoal – http://leitaoemacao.com

sábado, 3 de abril de 2010

A vida é dura, mas a praia é mole



O papo começou logo após uma desilusão amorosa. Não foi a primeira e, de certo, não seria a última. Mas uma conversa com pessoas queridas é sempre bom. No fim, sem muitas discussões, meu pai, sua mulher e eu concluímos: vão-se os anéis, ficam os dedos.

Daí em diante, o surfe entrou na pauta. As cicatrizes invisíveis criadas por um pé na bunda são como as que eu tenho na cara, graças a dois episódios infelizes em bons dias de surfe. Não na aparência, mas na maneira como eu absorvo as lições que ficam... Talvez o surfe esteja na minha vida do mesmo jeito que os amores que tenho ou tive. E o que se pode tirar disso tudo é que maus momentos não podem nunca resultarem em desistência. Nunca! Como diz a turma de Floripa: a vida é dura, mas a praia é mole.

Não vou entrar em detalhes sobre meus relacionamentos, mas posso contar como as cicatrizes na minha cara apareceram. Nem sempre a culpa é sua, mas na primeira vez, foi e acho que nessas você aprende melhor. Eu era novo, tinha uns 15, 16 anos. Surfava muito mal, mas corria atrás do meu. E, para conseguir chegar na praia nesse dia, eu precisei convencer minha mãe a me levar. Ela não estava achando aquilo nem um pouco legal. Eu queria ir na Joatinga, uma praia linda, com boas ondas, um visual maravilhoso, um astral bem animado e a mulherada na areia e dentro d´água. Mas isso tudo tem um preço e o acesso à praia não é dos mais simples.

Chegando lá, meu amigo e eu descemos a pirambeira correndo, sem pensar muito e nos jogamos na água direto da pedra. Só deu tempo de ouvir minha mãe resmungando alguma coisa para eu tomar cuidado. Boca de mãe é f... A primeira meia hora foi muito gostosa. Altas ondas e pura diversão. Como um início de namoro, onde tudo está sempre bom. Só que no primeiro vacilo, quando tentei fazer um movimento mais arriscado, que eu não sabia, acabei tomando uma pranchada. O buraco aberto embaixo da minha boca nos obrigou a ir para o hospital. A lição que ficou: saiba a hora certa de arriscar ou seria, escute sempre o que sua mãe diz?

A segunda cicatriz veio anos depois, alguns amores depois. Dessa vez, a culpa não foi minha, mas quem aprendeu, com certeza fui eu. E como diz um amigo meu, nós somos responsáveis por qualquer coisa que nos aconteça. É uma lance budista, mas dá para entender...

Foi na manhã do meu primeiro campeonato, no Leblon. O mar estava legal e eu resolvi dar uma caída bem cedo, para aquecer. As séries vinham varrendo, como um daqueles amores repentinos, que nos deixam meio sem saber o que fazer. Eu entrei meio assustado, mas consegui me divertir no começo. Até que uma onda subiu lá atrás e todo mundo saiu remando tentando passar antes do pior. Não deu outra, um cara que estava na minha frente soltou a prancha e ela acabou batendo na minha cara. Mais um buraco, agora no supercílio. O maluco nem viu e eu fui obrigado a correr novamente para o hospital. Mais uns pontinhos, mais uma cicatriz e uma nova lição. Nem sempre você está no controle e os outros também influenciam muito na sua vida. Seja dentro ou fora d´água.

O melhor disso tudo é que eu não perdi as esperanças. Continuo amando, surfando e vivendo cada momento, um pouco mais atento. E, plageando o grande poeta Vinícius, de uma maneira que eu possa dizer depois que que não foram imortais, posto que eram chama. Mas foram infinitos enquanto duraram. E continuam me fazendo crescer...

Planos, sonhos, viagens e devaneios

Mais um ano que começa… e agora, é para valer, já que o Carnaval passou e, por aqui, todos sabem, as coisas só funcionam mesmo depois da semana que parece não ter fim em fevereiro.

Amores, máscaras, tambores e tamborins de lado, é hora de pensar nos planos para um 2010 melhor. O meu ano tende a ser bem diferente e as idéias novas também são muitas, o que me permite sonhar bastante com um futuro mais promissor. Alguns projetos um tanto revolucinários estão em pauta, mas a velha missão de uma trip por ano em busca das ondas continua. Até agora, tenho quatro destinos para escolher um.

Entre os lugares mais próximos e acessíveis estão a Costa Rica e o México.

O primeiro possui vantagens, como a proximidade, o baixo custo e um amigo que mora por lá e vive levantando a bola das ondas costaricenses. O cara sempre cita um outro camarada nosso que “quebra” e afirma que ele só surfa bem, porque já foi para o país várias vezes e pode desenvolver sua técnica em picos como Pavones, Hermosa, Escondida, Boca Barranca, Playa Negra, Salsa Brava… (ufa!) É onda que não acaba mais! Além disso, tem água quente e condições para todos os gostos e habilidades. Sem dúvida, os argumentos do moleque são válidos e a Costa Rica já saiu na frente como forte candidata.

Ah, só para não passar em branco, andam dizendo por aí que o Rip Curl Pro Search pode ir parar na terra liderada pelo Nobel da Paz, Óscar Arias. Certeza até agora só a de que o campeonato rola no Caribe.

Mas o sonho de uma trip inédita em busca de direitas perfeitas e tubulares, água quente, nachos y borritos, colocam o México como outra excelente opção. Desde minhas primeiras investidas em cima da prancha, meu sonho de consumo sempre foram as ladeiras geladas e intermináveis de Jefferey’s Bay, na África do Sul. Até que, em 2006, o circo da ASP apresentou ao mundo um remoto lugar no norte do México, conhecido como Barra de La Cruz, onde quebram direitas que parecem ser produzidas em larga escala por uma máquina. La Jolla passou a ser meu ideal. Outros pontos positivos do México são as comidas, as festas e, claro, vários picos alternativos, que também proporcionam momentos mágicos. O negativo é a violência, que costuma ser bastante presente no país.

Deixando de lado as Américas, partiria em busca de ondas mais distantes. Os outros dois destinos são as Ilhas Maldivas e, é claro, a Indonésia. Acho que essa última dispensa comentários e as únicas razões pelas quais eu ainda não comprei minha passagem para lá são a falta de grana e o fato de eu já conhecer boa parte da região.

Já o passeio até as Maldivas depende de alguns poréns. Com toda a certeza, surfar nesse paraíso, que está com seus dias contados, graças a nossa falta de apreço e cuidados com a natureza, deve ser uma emoção indescritível. Ainda mais em ondas como Lohi’s, Pasta Point, Cokes e Thaa’s secret, e hospedado em um super resort na beira da água e com tudo do bom e do melhor. Mas como diz o ditado, tudo tem seu preço e um simples quarto em um desses hotéis custa uma grana. Sorte a minha se um grande amigo resolver ir também e divide a estadia, arcando eu com os custos dos bilhetes aéros e das refeições. Com uma oportunidade dessas, a gente dá um jeito.

Enfim, está tudo em aberto e pode ser que até a data da viagem, que ainda não tem previsão, aparece um lugar novo e eu me mande para lá. Estou ouvindo sugestões…

Com relação aos outros planos para o restante do ano, prefiro mantê-los em sigilo. Se tudo der certo, eu conto. Só para adiantar, se um deles der certo, nada de viagens. Teria que sacrificar as férias mas... tudo seria por uma excelente causa!

Feliz 2010 de novo e que nossos sonhos deixem de ser sonhos e nos tragam bons momentos.