domingo, 8 de novembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
SE MEU FUSCA FALASSE...

Se meu fusca falasse, o que não faltaria seriam histórias. Como algumas delas eu pude ser testemunha, e já que no último texto falei sobre ele, vou contar um causo sobre esse carro que, durante 4 anos, me deu muitas alegrias. Vale lembrar que, apesar de muita gente ainda ter esse modelo na garagem, não é comum um jovem conduzindo o “Besourinho”, o que dá colabora para aumentar a emoção dessas histórias.
A primeira viagem no fusquinha foi inesquecível e, mesmo sendo um percurso de apenas 200 km e numa reta, para ele, que já tinha mais de 30 anos, foi como ir para outro país. O destino escolhido foi Búzios, cidade mais visitada da Região dos Lagos, onde o surfe é predominante, mas ainda perde para a vida noturna, que costuma pegar fogo, principalmente em feriados. Por isso, assim como uma boa roupa e algumas camisinhas no bolso, a prancha era fundamental e não poderia ficar de fora.
Depois de convocar a turma – Casão, o dono da casa, e os grandes camaradas, Lino e Marcelinho – e colocar tudo na mala, a missão era dar um jeito de amarrar as tábuas no reck, que era até legalzinho, mas vai saber né? Comprei logo 6 extensores e prendi as pranchas da melhor maneira possível, sem deixar um espaço para contratempos.
Tanque cheio, oléo trocado, todos a bordo. Hora de zarpar! A cada fusquinha a gente cruzava, uma buzinada e a gargalhada da galera, que tava toda boba, não me pergunte o porque. Nem mesmo o calor que fazia ali dentro era capaz de estragar a nossa alegria. Afinal, feriadinho em BZ, casa galé e carrinho para ir às praias e boates era tudo que o quarteto precisava. O resto era com a gente mesmo.
“E ai, brow, como é que estão as pranchas?” Depois de repetir umas 20 vezes a mesma pergunta e ter a certeza de que parecia tudo OK com as pranchas, acabamos relaxando. Erro grave! Não fosse pela pelo sol e o vento e as 3 pranchas teriam virado asfalto. Um dos parafusos do reck já tinha ido para o espaço e o restante estava prestes a seguir ao seu encontro. Ainda bem que o barulho e a falta da sombra refletida na estrada ajudaram, e alguém percebeu o fato antes da tragédia ser consumada. Sorte a nossa e das nossas companheiras. Quem já perdeu alguma de suas tábuas sabe do que eu estou falando.
Exceto por esse pequeno empecilho, os dias seguintes foram maravilhosos e o possante nos levou para praias que não estavamos costumados a ir, com direito a altas ondas, camarãozinho e cervejinha gelada no fim de tarde. Além disso, deixar a van, meio de transporte obrigatório para menores de idade ou desmotorizados em BZ, e poder ir e vir para a noitada de carro próprio foi uma sensação e tanto, nunca antes experimentada por nenhum de nós.
Hora da volta! O parafuso estava consertado e, como a ida tinha sido tranquila e o fusquinha se comportado melhor que nós, parecia que não teríamos mais nenhum perrengue. Erro grave! Dessa vez, o que quebrou foi o cigarrinho do Lino. E se engana quem acha que o cara tava com um daqueles que passarinho não fuma e a polícia encrencou. A dura da polícia foi mole para nós e passamos sem problemas.
Mas na hora em que o couhupiloto da vez resolveu jogar uma quimba de cigarro pela janela, parece que o castigo por sujar a natureza foi dado por ela mesma. Sem que nenhum de nós percebessemos, o vento empurrou o cigarro para dentro do carro e, depois de alguns minutos, um cheiro de queimado, seguido de fumaça começou a subir do banco de trás, levando a galera ao desespero e me fazendo parar quase no meio da estrada. A brasa tinha entrado dentro do estofado e um incêndio estava prestes a acontecer. Felizmente, deu tempo de retirar a guimba e seguir viagem “tranquilio”.
Essa é apenas uma das várias histórias desse carro, que no momento está parado, mas muito em breve voltará firme e forte para novas aventuras, como o dia que resolvi subir a serra. Mas essa fica para a próxima. Vida longa ao meu fusquinha!
CIDADE DESESPERO

O Rio de Janeiro continua lindo. E perigoso!
Tudo bem que foi a primeira vez que isso me aconteceu em 23 anos de vida, mas foi um sensação muito ruim sair do mar, depois de quase duas horas de ondas excelentes, e perceber que haviam arrombado o meu carro.
A história começou numa quinta-feira à noite, quando vi na internet que o surfe de sexta prometia. A previsão era excelente e tudo indicava que iriam rolar altas! Liguei para o companheiro de todos os dias e combinei. “Amanhã cedinho tô chegando ai”. O cara mora mais perto de onde ficam as melhores valas.
Compromisso marcado, faltava definir como iriamos fazer para chegar até a praia.
Não dá para reclamar do bairro onde moro, mas que as ondas por aqui dificilmente quebram legal, isso é um fato.
Meu fuscão já não é o mesmo há muito tempo – pra falar a verdade, não está nem ligando - e subir até a Barra se torna uma missão bem mais complicada. O cara também estava sem carro!
Pegar um ônibus às 6 da manhã, com prancha, mochila e tudo mais de baixo do braço é chato pra cacete.
Dormir na casa do camarada, numa cama diferente da sua, e ter que pegar um ônibus às 10 da noite para chegar até lá, com prancha, mochila e tudo mais, é chato pra cacete
Agora éramos dois surfistas frustrados e já quase conformados, pois pelo menos dormiríamos até um pouco mais tarde.
Mas ainda restava uma alternativa: pedir o possante do meu coroa! Mamãe já não empresta mais o dela – por motivos de força maior -, e arrancar as chaves do meu pai também costuma ser bastante complicado. Mas as condições prometiam, lembram-se? Não custava nada tentar.
Liguei e consegui desenrolar com o velho, ouvindo apenas os velhos conselhos de sempre: “Muito cuidado com o meu carro. Ele está sob a sua responsabilidade”. Na mesma hora, liguei de novo para o camarada e dei a notícia: “Amanha cedinho tô chegando aí. E de carro!”.
Separei a prancha, arrumei a mochila, coloquei tudo no canto do quarto e marquei o despertador para às 6h30. Acordar cedo é chato pra cacete, mas, nesse caso, era por uma ótima causa. Valia muito a pena!
A sexta-feira finalmente chegou. Peguei o carro, busquei meu amigo e seguimos para a Reserva. Até que tinha alguma coisa, mas fechando muito. Macumba!? Nada. Prainha!? Maior Crowd. E o Recreio? Altas!
Parei o carro na hora, me enfiei de qualquer jeito no john, larguei as coisas no porta luvas, tranquei o carro e sai correndo que nem um cachorro atrás do osso para dentro d´água. Na hora que a gente chegou não tava tudo aquilo que a previsão anunciava, mas em pouco tempo a valinha começou a funcionar e o que não faltou foi alegria.
Era tubo pra direita, manobra para a esquerda! Tubo para a esquerda, manobra para a direita! Batida, rasgada, cutback... E depois das duas horas de surfe mais alucinantes na Cidade Maravilhosa, sai da água pronto para tudo que o resto do dia me proporcionasse. Bem, quase tudo!
Na hora que voltamos para o carro, alguma coisa estava errada! A porta estava aberta e todas as coisas dentro, reviradas!
“Qual é, cara, quando a gente saiu, o carro tava assim?”
Essa foi a pergunta do meu camarada, que se deu se por respondido, depois de ver minha cara, uma mistura de muito puto, com muito triste.
Acho que a única situação que poderia me tirar do sério era aquela... Tinham levado meu celular (um iphone lindo e cheio de guerigueri), meu dinheiro, o celular do cara, o dinheiro do cara (será que devo agradecer por ele não ter levado nada do meu pai e nenhum dos meus documentos?). Mas tudo aquilo era o de menos. Eu só conseguia pensar em como meu pai iria ficar, mesmo sabendo que isso poderia ter acontecido com ele e nada tinha sido feito de propósito.
Dito e feito. O velho ficou revoltado, me obrigou a pagar o conserto da porta e ameaçou nunca mais me emprestar a máquina. Agora, nem o papai e muito menos a mamãe.
Estou perdido. O Rio de Janeiro continua lindo, mas muito perigoso. E cada vez mais complicado eu ir surfar numa boa.
Preciso consertar o meu fusca!
BALI BAGUS!

Transport! Massage! Bagus, bagus!
Quem já foi até Kuta, bairro considerado o centro comercial e de entretenimento de Bali e onde se concentra quase tudo, exceto as ondas, sabe bem o que significa essas palavras. A quantidade de nativos tentando te empurrar desde uma simples massagem, até transporte de moto para onde quer que seja é impressionante e, muitas vezes, acaba torrando a sua paciência. Mas calma lá! Estamos no paraíso! Um simples, não, obrigado é mais do que suficiente.
A primeira trip para Bali ninguém esquece. Assim que pisei na ilha mais famosa da Indonésia, confesso, fiquei extasiado. Durante os primeiros dias, deixei a pranchinha de lado e cai mesmo nas nights, afinal, estava relativamente longe das notórias ondas e já havia passado dez dias intensos de muito surfe nas Mentawais.
Pessoas de todos os lugares do planeta: Austrália, Brasil, Japão, Holanda, França, Suécia, Suiça... se unem num clima de descontração, deixam de lado preocupações cotidianas e aproveitam para curtir momentos únicos e inesquecíveis. O sentimento parece ser geral e as coisas fluem como se todos estivessem no céu. O verdadeiro céu na terra!
Depois de algumas festas regadas a muita dança, Kratingdaeng (o verdadeiro energético local) e amigos brasileiros, que encontrei por acaso entre uma boate e outra, aluguei minha motoca – aqui, vale a sugestão: o preço é bom e vale a pena – e rumei para as praias, tendo como primeira escala Uluwatu.
De Kuta até a peninsula de Bukit, onde estão situadas essas máquinas de tubos para a esquerda, que fazem de Bali um paraíso para os surfistas, são aproximadamente 30 minutos, num trânsito caótico, que mistura carros, caminhões, motos, motos e mais motos e até charretes, mas que no fim das contas, todos se entendem.
Acho que no surfe, o momento mais marcante em Bali foi descer a caverna de Uluwatu, remar até o outside na maré secando e, nesse meio tempo, observar a galera colocando para dentro dos canudos na sessão conhecida como Inside Corner. Aquilo ali, para mim, foi emocionante e até hoje tenho esse momento guardado na caixola – e espero mantê-lo para sempre na memória.
Padang Padang não estava grandes coisas no dia em que cheguei, mas ficar na curta faixa de areia, pegando sol e observando as meninas, que sem o menor pudor, deixam a parte de cima do biquini dentro da bolsa, foi maravilhoso.
Mais alguns dias de festas, Mie Goreng (prato local na região) e compras, rumei para o outro lado da ilha, atrás de um pico conhecido como Keramas. Finalmente uma direita, depois de quaze 20 dias surfando apenas de backside e passando um veneno – confesso, meu surfe não é grande coisas, ainda mais de costas para as ondas. Mais um momento mágico... Tubos, manobras e muita discontração com a galera era tudo o que eu precisava para arrumar as malas e retornar ao Brasil. O rodo cotidiano sentia minha falta e mamãe já estava com saudades.
A volta é aquela hora que todos querem distância. Abandonar Bali e enfrentar trezentas horas entre avião e aeroporto, fuso horário e as ondas do Brasil não foi fácil, mas já prometi para mim mesmo que um dia aquele ilha terá minha presença novamente. Enquanto isso, restam as fotos e as lembranças, além é claro, dessas palavras, breves mas sinceras.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Sugestões de Pauta
Eu queria trabalhar nessa revista: http://www.stabmag.com/
Surfe e Irreverência!
Por favor, não moralizem o surfe! O surfe é, e sempre será, um esporte de vagabundos! Ou você vai querer me convencer que aquele mar perfeito numa 2ª feira as 10 da manhã não foi feito só para quem não trabalha?
sábado, 18 de julho de 2009
Teletransporte

Quando vão inventar o teletransporte?
Você deve estar querendo saber o porquê dessa pergunta sem nexo logo no começo da coluna. Explico: viajar de avião, principalmente para lugares distantes, é de longe a pior parte de uma surf trip, ou de qualquer trip, e todas as vezes que embarco em um deles, começo a pensar no dia em que alguém irá criar um meio de transporte mais rápido e menos cansativo.
“Atenção passageiros do vôo ABCD, com destino a Cafundós do Judas, embarque imediato no portão 69”.....Ppronto, começou a tortura... Aliás, os problemas têm início muito antes desse momento e só terminam bem depois.
Exceto quando se conta com a ajuda de agências especializadas – o que torna tudo mais caro – comprar uma passagem aérea é bastante complicado. Quando a aquisição do bilhete é feita no programa de milhagem, então, nem se fala! São horas ao telefone com uma máquina, depois, mais outras tantas com uma pessoa, um tempinho mais com a gravação, volta-se ao atendente, e.... aí sim, fecha-se a reserva.. Isso se houver assento diponível, porque, caso contrário, prepare-se pois os ouvidos vão esquentar mais um pouco.
Passagem na mão, chega a hora do check-in. Mais uma dor de cabeça. “Ok., senhor, seu seu assento é esse aqui, e o embarque é daqui a uma hora. Pode colocar sua mala aqui em cima, por favor... Isso aí é uma prancha?”. F@#*u! Essa é a pergunta que nenhum surfista quer ouvir, porque, mesmo sendo proibido por lei (ou não, essa eu não sei mesmo), ela significa: prepare seu bolso, que lá vem o golpe.
As duas vezes que viajei levando mais de uma prancha, estava só com uma mala pequena de roupas e enfiei as tábuas no mesmo sarcófago. Não adiantou nada. A mulher pediu para eu abrir o zíper e conferiu tudo.. “Então, senhor, são três, certo? Pode ir ali na loja e pagar R$ 450,00 (ou U$D 225, valor pago em minha última viagem ao Peru, tanto na ida, quanto na volta)”. E se elas quebrarem, extraviarem ou forem parar na PQP, o problema é seu, tá? Nada de seguro!”
Como assim o problema é meu? É isso mesmo, você paga quase o valor da passagem por cada prancha - não por volume, o que ainda seria aceitável - e começa rezar, porque nem se responsabilizar pela carga as companias aéreas querem. É brincadeira! Essa parte merecia uma coluna inteira, mas fica para a próxima, porque, só de lembrar, já fico irritado.
Agora sim, entramos na aeronave, colocamos a bagagem de mão no compartimento e nos sentamos nos confortáveis assentos pelas próximas seis horas (isso para a América do Sul, porque para a Indonésia, são 15 horas, só até a primeira escala).
Alguém falou confortáveis? Ledo engano. As poltronas são apertadíssimas, quase não reclinam e, se você ainda der azar, cai do seu lado algum folgado, chato, fedorento, com chulé, que não para de falar etc.
E a comida? Normalmente é terrível. Isso, quando tem o suficiente para se dizer se é boa ou ruim, pois os caras estão cada vez mais pão duros e servem cada vez menos (aqui vale uma ressalva: a comida da Emirates é bem legal e vem bem servida.).
Na primeira classe não tem nada disso, é tudo um luxo,
dá até para se escolher o cardápio, mas para quem tá reclamando do preço cobrado para embarcar as pranchas, é claro que a primeira classe não entrou na trip..
“Obrigado por escolherem a Aerovias Dor de Cabeça. A saída será feita pela porta dianteira”. Graças a Deus, acabou!
Outro ledo engano.
Depois de um vôo cansativo, tudo o que a gente quer é ir para casa ou para o hotel, descansar. Mas, para isso acontecer, a sorte tem que continuar do nosso lado. A desorganização costuma ser grande e, para a mala, cujo destino seria o Peru, ir parar na Bolívia, não custa muito. Isso quando a alça não arrebenta, a prancha não parte ao meio...
O final mesmo, só depois que estiver tudo inteiro na mala do carro. Até lá, a pergunta continua: Quando vão inventar o teletransporte?
E ainda tem a volta!
É muita dor de cabeça, mas vale a pena! As ondas são boas e as aeromoças são bem bonitinhas.
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