domingo, 8 de novembro de 2009

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

SE MEU FUSCA FALASSE...


Se meu fusca falasse, o que não faltaria seriam histórias. Como algumas delas eu pude ser testemunha, e já que no último texto falei sobre ele, vou contar um causo sobre esse carro que, durante 4 anos, me deu muitas alegrias. Vale lembrar que, apesar de muita gente ainda ter esse modelo na garagem, não é comum um jovem conduzindo o “Besourinho”, o que dá colabora para aumentar a emoção dessas histórias.

A primeira viagem no fusquinha foi inesquecível e, mesmo sendo um percurso de apenas 200 km e numa reta, para ele, que já tinha mais de 30 anos, foi como ir para outro país. O destino escolhido foi Búzios, cidade mais visitada da Região dos Lagos, onde o surfe é predominante, mas ainda perde para a vida noturna, que costuma pegar fogo, principalmente em feriados. Por isso, assim como uma boa roupa e algumas camisinhas no bolso, a prancha era fundamental e não poderia ficar de fora.

Depois de convocar a turma – Casão, o dono da casa, e os grandes camaradas, Lino e Marcelinho – e colocar tudo na mala, a missão era dar um jeito de amarrar as tábuas no reck, que era até legalzinho, mas vai saber né? Comprei logo 6 extensores e prendi as pranchas da melhor maneira possível, sem deixar um espaço para contratempos.

Tanque cheio, oléo trocado, todos a bordo. Hora de zarpar! A cada fusquinha a gente cruzava, uma buzinada e a gargalhada da galera, que tava toda boba, não me pergunte o porque. Nem mesmo o calor que fazia ali dentro era capaz de estragar a nossa alegria. Afinal, feriadinho em BZ, casa galé e carrinho para ir às praias e boates era tudo que o quarteto precisava. O resto era com a gente mesmo.

“E ai, brow, como é que estão as pranchas?” Depois de repetir umas 20 vezes a mesma pergunta e ter a certeza de que parecia tudo OK com as pranchas, acabamos relaxando. Erro grave! Não fosse pela pelo sol e o vento e as 3 pranchas teriam virado asfalto. Um dos parafusos do reck já tinha ido para o espaço e o restante estava prestes a seguir ao seu encontro. Ainda bem que o barulho e a falta da sombra refletida na estrada ajudaram, e alguém percebeu o fato antes da tragédia ser consumada. Sorte a nossa e das nossas companheiras. Quem já perdeu alguma de suas tábuas sabe do que eu estou falando.

Exceto por esse pequeno empecilho, os dias seguintes foram maravilhosos e o possante nos levou para praias que não estavamos costumados a ir, com direito a altas ondas, camarãozinho e cervejinha gelada no fim de tarde. Além disso, deixar a van, meio de transporte obrigatório para menores de idade ou desmotorizados em BZ, e poder ir e vir para a noitada de carro próprio foi uma sensação e tanto, nunca antes experimentada por nenhum de nós.

Hora da volta! O parafuso estava consertado e, como a ida tinha sido tranquila e o fusquinha se comportado melhor que nós, parecia que não teríamos mais nenhum perrengue. Erro grave! Dessa vez, o que quebrou foi o cigarrinho do Lino. E se engana quem acha que o cara tava com um daqueles que passarinho não fuma e a polícia encrencou. A dura da polícia foi mole para nós e passamos sem problemas.

Mas na hora em que o couhupiloto da vez resolveu jogar uma quimba de cigarro pela janela, parece que o castigo por sujar a natureza foi dado por ela mesma. Sem que nenhum de nós percebessemos, o vento empurrou o cigarro para dentro do carro e, depois de alguns minutos, um cheiro de queimado, seguido de fumaça começou a subir do banco de trás, levando a galera ao desespero e me fazendo parar quase no meio da estrada. A brasa tinha entrado dentro do estofado e um incêndio estava prestes a acontecer. Felizmente, deu tempo de retirar a guimba e seguir viagem “tranquilio”.

Essa é apenas uma das várias histórias desse carro, que no momento está parado, mas muito em breve voltará firme e forte para novas aventuras, como o dia que resolvi subir a serra. Mas essa fica para a próxima. Vida longa ao meu fusquinha!

CIDADE DESESPERO


O Rio de Janeiro continua lindo. E perigoso!

Tudo bem que foi a primeira vez que isso me aconteceu em 23 anos de vida, mas foi um sensação muito ruim sair do mar, depois de quase duas horas de ondas excelentes, e perceber que haviam arrombado o meu carro.

A história começou numa quinta-feira à noite, quando vi na internet que o surfe de sexta prometia. A previsão era excelente e tudo indicava que iriam rolar altas! Liguei para o companheiro de todos os dias e combinei. “Amanhã cedinho tô chegando ai”. O cara mora mais perto de onde ficam as melhores valas.

Compromisso marcado, faltava definir como iriamos fazer para chegar até a praia.
Não dá para reclamar do bairro onde moro, mas que as ondas por aqui dificilmente quebram legal, isso é um fato.

Meu fuscão já não é o mesmo há muito tempo – pra falar a verdade, não está nem ligando - e subir até a Barra se torna uma missão bem mais complicada. O cara também estava sem carro!

Pegar um ônibus às 6 da manhã, com prancha, mochila e tudo mais de baixo do braço é chato pra cacete.

Dormir na casa do camarada, numa cama diferente da sua, e ter que pegar um ônibus às 10 da noite para chegar até lá, com prancha, mochila e tudo mais, é chato pra cacete

Agora éramos dois surfistas frustrados e já quase conformados, pois pelo menos dormiríamos até um pouco mais tarde.

Mas ainda restava uma alternativa: pedir o possante do meu coroa! Mamãe já não empresta mais o dela – por motivos de força maior -, e arrancar as chaves do meu pai também costuma ser bastante complicado. Mas as condições prometiam, lembram-se? Não custava nada tentar.

Liguei e consegui desenrolar com o velho, ouvindo apenas os velhos conselhos de sempre: “Muito cuidado com o meu carro. Ele está sob a sua responsabilidade”. Na mesma hora, liguei de novo para o camarada e dei a notícia: “Amanha cedinho tô chegando aí. E de carro!”.

Separei a prancha, arrumei a mochila, coloquei tudo no canto do quarto e marquei o despertador para às 6h30. Acordar cedo é chato pra cacete, mas, nesse caso, era por uma ótima causa. Valia muito a pena!

A sexta-feira finalmente chegou. Peguei o carro, busquei meu amigo e seguimos para a Reserva. Até que tinha alguma coisa, mas fechando muito. Macumba!? Nada. Prainha!? Maior Crowd. E o Recreio? Altas!

Parei o carro na hora, me enfiei de qualquer jeito no john, larguei as coisas no porta luvas, tranquei o carro e sai correndo que nem um cachorro atrás do osso para dentro d´água. Na hora que a gente chegou não tava tudo aquilo que a previsão anunciava, mas em pouco tempo a valinha começou a funcionar e o que não faltou foi alegria.

Era tubo pra direita, manobra para a esquerda! Tubo para a esquerda, manobra para a direita! Batida, rasgada, cutback... E depois das duas horas de surfe mais alucinantes na Cidade Maravilhosa, sai da água pronto para tudo que o resto do dia me proporcionasse. Bem, quase tudo!

Na hora que voltamos para o carro, alguma coisa estava errada! A porta estava aberta e todas as coisas dentro, reviradas!

“Qual é, cara, quando a gente saiu, o carro tava assim?”

Essa foi a pergunta do meu camarada, que se deu se por respondido, depois de ver minha cara, uma mistura de muito puto, com muito triste.

Acho que a única situação que poderia me tirar do sério era aquela... Tinham levado meu celular (um iphone lindo e cheio de guerigueri), meu dinheiro, o celular do cara, o dinheiro do cara (será que devo agradecer por ele não ter levado nada do meu pai e nenhum dos meus documentos?). Mas tudo aquilo era o de menos. Eu só conseguia pensar em como meu pai iria ficar, mesmo sabendo que isso poderia ter acontecido com ele e nada tinha sido feito de propósito.

Dito e feito. O velho ficou revoltado, me obrigou a pagar o conserto da porta e ameaçou nunca mais me emprestar a máquina. Agora, nem o papai e muito menos a mamãe.

Estou perdido. O Rio de Janeiro continua lindo, mas muito perigoso. E cada vez mais complicado eu ir surfar numa boa.

Preciso consertar o meu fusca!

BALI BAGUS!


Transport! Massage! Bagus, bagus!

Quem já foi até Kuta, bairro considerado o centro comercial e de entretenimento de Bali e onde se concentra quase tudo, exceto as ondas, sabe bem o que significa essas palavras. A quantidade de nativos tentando te empurrar desde uma simples massagem, até transporte de moto para onde quer que seja é impressionante e, muitas vezes, acaba torrando a sua paciência. Mas calma lá! Estamos no paraíso! Um simples, não, obrigado é mais do que suficiente.

A primeira trip para Bali ninguém esquece. Assim que pisei na ilha mais famosa da Indonésia, confesso, fiquei extasiado. Durante os primeiros dias, deixei a pranchinha de lado e cai mesmo nas nights, afinal, estava relativamente longe das notórias ondas e já havia passado dez dias intensos de muito surfe nas Mentawais.

Pessoas de todos os lugares do planeta: Austrália, Brasil, Japão, Holanda, França, Suécia, Suiça... se unem num clima de descontração, deixam de lado preocupações cotidianas e aproveitam para curtir momentos únicos e inesquecíveis. O sentimento parece ser geral e as coisas fluem como se todos estivessem no céu. O verdadeiro céu na terra!

Depois de algumas festas regadas a muita dança, Kratingdaeng (o verdadeiro energético local) e amigos brasileiros, que encontrei por acaso entre uma boate e outra, aluguei minha motoca – aqui, vale a sugestão: o preço é bom e vale a pena – e rumei para as praias, tendo como primeira escala Uluwatu.

De Kuta até a peninsula de Bukit, onde estão situadas essas máquinas de tubos para a esquerda, que fazem de Bali um paraíso para os surfistas, são aproximadamente 30 minutos, num trânsito caótico, que mistura carros, caminhões, motos, motos e mais motos e até charretes, mas que no fim das contas, todos se entendem.

Acho que no surfe, o momento mais marcante em Bali foi descer a caverna de Uluwatu, remar até o outside na maré secando e, nesse meio tempo, observar a galera colocando para dentro dos canudos na sessão conhecida como Inside Corner. Aquilo ali, para mim, foi emocionante e até hoje tenho esse momento guardado na caixola – e espero mantê-lo para sempre na memória.

Padang Padang não estava grandes coisas no dia em que cheguei, mas ficar na curta faixa de areia, pegando sol e observando as meninas, que sem o menor pudor, deixam a parte de cima do biquini dentro da bolsa, foi maravilhoso.

Mais alguns dias de festas, Mie Goreng (prato local na região) e compras, rumei para o outro lado da ilha, atrás de um pico conhecido como Keramas. Finalmente uma direita, depois de quaze 20 dias surfando apenas de backside e passando um veneno – confesso, meu surfe não é grande coisas, ainda mais de costas para as ondas. Mais um momento mágico... Tubos, manobras e muita discontração com a galera era tudo o que eu precisava para arrumar as malas e retornar ao Brasil. O rodo cotidiano sentia minha falta e mamãe já estava com saudades.

A volta é aquela hora que todos querem distância. Abandonar Bali e enfrentar trezentas horas entre avião e aeroporto, fuso horário e as ondas do Brasil não foi fácil, mas já prometi para mim mesmo que um dia aquele ilha terá minha presença novamente. Enquanto isso, restam as fotos e as lembranças, além é claro, dessas palavras, breves mas sinceras.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

gostei desse!

http://asl-insidethegoldmine.blogspot.com/

Sugestões de Pauta



Eu queria trabalhar nessa revista: http://www.stabmag.com/

Surfe e Irreverência!

Por favor, não moralizem o surfe! O surfe é, e sempre será, um esporte de vagabundos! Ou você vai querer me convencer que aquele mar perfeito numa 2ª feira as 10 da manhã não foi feito só para quem não trabalha?

sábado, 18 de julho de 2009

Teletransporte



Quando vão inventar o teletransporte?

Você deve estar querendo saber o porquê dessa pergunta sem nexo logo no começo da coluna. Explico: viajar de avião, principalmente para lugares distantes, é de longe a pior parte de uma surf trip, ou de qualquer trip, e todas as vezes que embarco em um deles, começo a pensar no dia em que alguém irá criar um meio de transporte mais rápido e menos cansativo.

“Atenção passageiros do vôo ABCD, com destino a Cafundós do Judas, embarque imediato no portão 69”.....Ppronto, começou a tortura... Aliás, os problemas têm início muito antes desse momento e só terminam bem depois.

Exceto quando se conta com a ajuda de agências especializadas – o que torna tudo mais caro – comprar uma passagem aérea é bastante complicado. Quando a aquisição do bilhete é feita no programa de milhagem, então, nem se fala! São horas ao telefone com uma máquina, depois, mais outras tantas com uma pessoa, um tempinho mais com a gravação, volta-se ao atendente, e.... aí sim, fecha-se a reserva.. Isso se houver assento diponível, porque, caso contrário, prepare-se pois os ouvidos vão esquentar mais um pouco.

Passagem na mão, chega a hora do check-in. Mais uma dor de cabeça. “Ok., senhor, seu seu assento é esse aqui, e o embarque é daqui a uma hora. Pode colocar sua mala aqui em cima, por favor... Isso aí é uma prancha?”. F@#*u! Essa é a pergunta que nenhum surfista quer ouvir, porque, mesmo sendo proibido por lei (ou não, essa eu não sei mesmo), ela significa: prepare seu bolso, que lá vem o golpe.

As duas vezes que viajei levando mais de uma prancha, estava só com uma mala pequena de roupas e enfiei as tábuas no mesmo sarcófago. Não adiantou nada. A mulher pediu para eu abrir o zíper e conferiu tudo.. “Então, senhor, são três, certo? Pode ir ali na loja e pagar R$ 450,00 (ou U$D 225, valor pago em minha última viagem ao Peru, tanto na ida, quanto na volta)”. E se elas quebrarem, extraviarem ou forem parar na PQP, o problema é seu, tá? Nada de seguro!”

Como assim o problema é meu? É isso mesmo, você paga quase o valor da passagem por cada prancha - não por volume, o que ainda seria aceitável - e começa rezar, porque nem se responsabilizar pela carga as companias aéreas querem. É brincadeira! Essa parte merecia uma coluna inteira, mas fica para a próxima, porque, só de lembrar, já fico irritado.

Agora sim, entramos na aeronave, colocamos a bagagem de mão no compartimento e nos sentamos nos confortáveis assentos pelas próximas seis horas (isso para a América do Sul, porque para a Indonésia, são 15 horas, só até a primeira escala).

Alguém falou confortáveis? Ledo engano. As poltronas são apertadíssimas, quase não reclinam e, se você ainda der azar, cai do seu lado algum folgado, chato, fedorento, com chulé, que não para de falar etc.

E a comida? Normalmente é terrível. Isso, quando tem o suficiente para se dizer se é boa ou ruim, pois os caras estão cada vez mais pão duros e servem cada vez menos (aqui vale uma ressalva: a comida da Emirates é bem legal e vem bem servida.).

Na primeira classe não tem nada disso, é tudo um luxo,
dá até para se escolher o cardápio, mas para quem tá reclamando do preço cobrado para embarcar as pranchas, é claro que a primeira classe não entrou na trip..

“Obrigado por escolherem a Aerovias Dor de Cabeça. A saída será feita pela porta dianteira”. Graças a Deus, acabou!

Outro ledo engano.

Depois de um vôo cansativo, tudo o que a gente quer é ir para casa ou para o hotel, descansar. Mas, para isso acontecer, a sorte tem que continuar do nosso lado. A desorganização costuma ser grande e, para a mala, cujo destino seria o Peru, ir parar na Bolívia, não custa muito. Isso quando a alça não arrebenta, a prancha não parte ao meio...

O final mesmo, só depois que estiver tudo inteiro na mala do carro. Até lá, a pergunta continua: Quando vão inventar o teletransporte?

E ainda tem a volta!

É muita dor de cabeça, mas vale a pena! As ondas são boas e as aeromoças são bem bonitinhas.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A natureza e sua sabedoria


Fundinho de "brinquedo" na Nova Zelândia

Outro dia, conversando com um grande amigo, ele perguntou se era muito dificil, ou caro demais, construir fundos artificiais no Rio de Janeiro, para aproventar melhor algumas ondulações que encostam por aqui, mas que muitas vezes não geram boas condições.

Na mesma hora me lembrei de outro amigo que um dia me disse que, se o dinheiro lhe sobrasse, espalharia uns quatro ou cinco desses fundos pela costa carioca, só para ter seu nome lembrado como benefeitor do esporte e, é claro, poder surfar boas ondas mais perto de casa.

Com certeza o resultado imediato seria interessante, como termos ondas clássicas e constantes, e mais alternativas para um bom dia de surfe no Rio de Janeiro. Mas não sei até que ponto esses fundos artificiais só trariam benefícios. Não é preciso ir muito longe para imaginar os problemas que surgiriam, sendo o mais óbvio deles o crowd, que sem a menor dúvida cresceria muito naqueles locais.

Duas semanas depois de nossa conversa, fui parar no norte do Peru, mais precisamente em uma esquerda conhecida como Lobitos. Muita gente nunca ouviu falar nessa onda, que é, provavelmente, para mim e para os que já passaram por lá, um dos cinco melhores point breaks da América do Sul.

Aonde eu quero chegar com essa coisa de Lobitos e fundos artificiais?

Simples. Estou absolutamente convencido de que a natureza é sabia. Calma, eu explico... Lobitos só começou a funcionar de dez anos para cá, depois que o El Niño trouxe muita chuva para o norte peruano e arrastou toneladas de areia para o lugar onde as longas esquerdas agora quebram com perfeição, permitindo diversas sessões de manobras e tubos.

Já a bancada de Kirra, na Austrália, quebrou durante muitos anos com perfeição sem El Niño, atraindo surfistas de todo o mundo - e sendo o palco do único somatório máximo (30 pontos) na história do Circuito Mundial, com Shane Beschen em 1996 - até que a ação do próprio homem, que lá colocou um jato jorrando areia durante boa parte do dia, destruiu o fundo e acabou com a festa. O que resta agora é nostalgia e um esforço que envolve até o governo de duas cidades para tentar mudar a natureza, revertendo o quadro.

Conclusão: muito mais do que o homem, a mãe Natureza sabe o que faz.

Outro ponto que vale a pena ser lembrado na hora de pensar em melhorias para o surfe em nosso país: a participação do Estado...

Ao contrário da Gold Coast, uma região que respira surfe em todos os segmentos da sociedade, a criação dos fundos por aqui, provavelmente ficaria apenas nas maos da iniciativa privada.

Ainda falta muito para que governantes do Brasil olhem para o mar e pensem nele como uma possibilidade de investimento voltado para o esporte. Dá até vontade de rir (ou para alguns, de chorar...)! Mas a verdade é que o surf está longe de ser um esporte interessante para governo, e existe muita coisa a ser feita pelas autoridades antes de “construir” ondas.

Voltando a questão da Natureza, não sei quais seriam as consequências, a médio e longo prazo, desses fundos artificiais. O fato de o Rio de Janeiro e do restante do país não terem as melhores ondas e outros lugares sim, deve ser uma razão natural e devemos aceitá-la. Quem sabe daqui a alguns anos, um fenômeno como o El Niño chegua até aqui e nos traz algum benefício, nem que seja o de criar uma bancada de areia como a de Lobitos?

Creio que o melhor a se fazer é preservar o que ainda temos, sem jogar lixo nas areias, cuidando da fauna e flora local, e até “esconder” alguns lugares, se é que isso é possível. Não dá para abrir um jornal de grande circulação, que nunca teve no surfe o eu interesse principal - como foi o caso outro dia - e ver que alguém resolveu colocar uma onda até então secreta para jogo. Fica difícil assim!

Embora esta seja a ordem natural das coisas, e que, cada vez mais, lugares desconhecidos vão sendo descobertos mundo afora, é preciso que os “descobridores” estejam comprometidos com a causa: não adianta explanar uma boa onda e depois ficar reclamando do crowd.

Eu prefiro dizer que a natureza é sabia e somos nós que nos adaptamos a ela. Lutar contra é burrice!

terça-feira, 26 de maio de 2009

INDIGNAÇÃO

Não merecem a torcida que têm

Segunda, 26 de maio de 2009

“Fidalguia se transforma em vandalismo - Facção de torcida invade o treinamento, chefe agride Diguinho e seguranças dão tiros” – globoesporte.com

“Torcida ironiza a equipe, e Thiago Neves sorri no campo” – globoesporte.com

Vamos voltar um pouco no tempo, até dezembro de 2008:

“Alexandre Farias vai substituir Branco no Fluminense” – Estado de São Paulo

Um pouquinho mais, até outubro do mesmo ano:

“Alexandre Farias é demitido do Atlético Mineiro - Atlético-MG demitiu nesta segunda-feira o diretor de futebol Alexandre Faria (...) A decisão foi tomada por Afonso Paulino (...) Paulino alegou que Alexandre Faria também atua como empresário de jogadores e que, portanto, não teria a idoneidade necessária para comandar o futebol alvinegro” – abril.com

A história estava escrita. O futuro começa a ser construído com as ações do passado.

De volta a maio de 2009:

Não vou entrar em detalhes sobre mais uma campanha ridícula do time no Carioca, na Copa do Brasil e nesse início de Brasileiro, que culminaram na indignação da torcida, que tomou uma atitude comum em outros times, mas que é rara nas Laranjeiras, e só acontece quando a situação se torna insustentável (primeira e segunda manchetes). Estava óbvio que o resultado seria esse.

Não satisfeito em encher os bolsos sozinho, o presidente do Fluminense, Dr. Roberto Horcades, resolveu contratar mais um para fazer parte de sua gangue. Eu estou falando desse Alexandre Farias, que por mera conhecidência tem o mesmo sobrenome de um tal de Paulo Cesar, e foi mandado embora do Atlético Mineiro por razões óbvias (terceira manchete).

Fernando Henrique (se benze tanto, porque só Deus é capaz de manter um “goleiro de botão” como esse por 4 anos em um time grande), Edcarlos (quantas saudades do Thiago Silva), Eduardo Ratinho (pergunta pro Neymar o que ele acha do cara), Diguinho (folgado, abusado e festeiro), Leandro, Leandro Dominguez, Leandro Bonfim, Leandro Amaral (junta os 4 e não chega nem aos pés do xará, ex-jogador do Flamengo), Fred (bichado), Jaílton, Mariano (dispensados de seus respectivos times) e finalmente o mascarado, enganador, moleque e debochado do Thiago Neves.

Alguém esperava alguma coisa desses caras? Eu não…

E não espero mais nada. Enquanto Roberto Horcades e cia. continuarem enchendo os bolsos as custas do meu time de coração, não espero mais nada. Esse cara é um Eurico Miranda piorado, se é que isso é possível, porque rouba como o primeiro, mas não consegue nem um título, ao contrário do ex-dirigente do Vasco, que pelo menos foi campeão da Libertadores e bi do Brasileiro.

O Fred e o Thiago Neves ganham juntos quase 1 milhão por mês. É isso mesmo: 1 MILHÃO DE REAIS! E até agora, 5 meses depois, e quase 5 milhões mais ricos, o que eles fizeram para justificar o investimento?

Cade os laterais do time? Não existem! Quem sabe o Kieza (atacante) ou o Diogo e o Fábio Santos (mais dois volantes) não resolvam esse problema? Afinal, são eles os mais novos reforços do Fluminense.

E os volantes? Como disse o Renato Maurício Prado, que apesar de rubro-negro, dessa vez acertou, os caras não dão direção nenhuma ao time e, talvez esse termo “volante” seja justamente porque eles são os responsáveis por essa função.

Mas, e ai? De quem é a culpa?

Dos jogadores? Sim. Ganham muito e jogam pouco.

Da torcida, que volta e meia aplaude esses caras? Também.

Da diretoria? Na mosca. Essa turma é a maior culpada. São eles que contratam esse bando. São eles que, entra ano, sai ano, continuam investindo mau o dinheiro que têm em mãos, e que, provavelmente, vai direto para suas contas bancárias.

Há muito tempo não vejo um time tão imprestável. O Fluminense já teve jogadores muito piores que os atuais, mas pelo menos dava para perceber alguma vontade de vencer. Sem falar que o investimento era muito menor e era muito mais gostoso ir ao Maracanã sabendo que, mesmo saindo derrotado, 11 caras entraram em campo em busca da vitória.

É por isso que não vou mais. Cansei. Enquanto não mudar, não perco meu tempo, dinheiro e paciência com essa turma de F D P (peço desculpas a todos por essa).

CHEGA DESSA PALHAÇADA!

FORA HORCADES. O FLUMINENSE NÃO PRECISA DE VOCÊ E DAS SUAS SAFADEZAS.

AINDA ESTÁ EM TEMPO DE UMA SOLUÇÃO, MAS É PRECISO AGIR RÁPIDO, CASO CONTRÁRIO, NÃO QUERO NEM PENSAR NO QUE PODE ACONTECER.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Tudo errado





Não gosto de política. Assim como diz o presidente, “me da ânsia”! Mas acho que tá na hora de escrever alguma coisa a respeito...

Vossa Excelência, a coisa tá feia! Algo precisa ser feito, uma mudança drástica, algo grande mesmo, uma revolução. Falta moral, ética, valores, bom senso, coragem, hombridade. Falta honestidade. Sobra ganância, interesses pessoais, safadezas...

Só para ser breve e sem voltar muito no tempo. De dois meses pra cá: um deputado aparece com um belo castelo, no valor de 25 milhões de reais, nunca declarados. Além disso, sua verba indenizatória, no valor de R$ 15 mil, vem sido usada, ou pelo menos é o que está no papel, para sua segurança, em uma empresa onde ele mesmo é o dono. O cara deve ser importante pra caramba, porque 15 mil só de segurança, acho que nem a Madonna.

Abre-se uma sindicância e, antes mesmo da decisão final, um outro anuncia que o primeiro será absolvido e que “está se lixando para a opininão pública”. Muito legal!!

Sai o outro, entra um terceiro. Agora vai. Não vai! “Decoro parlamentar depende do ponto de vista” é o discurso da vez. Mesmo com todas as suas próprias declarações se voltando contra ele mesmo (o dono do castelo), nada pode é feito. Por quê? Porque todos eles têm o rabo preso. Todos usam os benefícios de maneira irregular e, “se gritar pega ladrão, não sobre um, meu irmão”.

É, Vossa Excelência, a coisa tá muito feia mesmo!

E todos esses três citados acima, além do resto, quando vão ao plenário, são julgados por voto secreto. E o cara ainda precisa gastar R$ 15 mil de segurança. Imagina se os votos fossem abertos?

Resultado final: dos 108 deputados denunciados por alguma razão, 17 tiveram pedidos de cassação e apenas quatro perderam realmente seus mandatos. Ou a turma que pede para algum colega ir a julgamento está ficando maluca, ou na hora do vamo ver, tudo termina em pizza. Eu fico com a segundaª opção.

Vossa Excelência, tá tudo errado! Fica difícil gostar de política desse jeito. Eu que não vou falar que sou representado por esses pangarés. Vossa Excelência está doido?!?!

Aí, a gente sai da Câmara e o tempo fecha ainda mais. O crime agora é outro e o que era roubo, se transforma em homicídio. Pesadíssimo! Mas um quarto deputado entra agora nessa história. Esse nunca roubou, mas dirige mal pra caramba! Tem 150 pontos perdidos na carteira, mais de 30 multas e acabou de tomar quatro garrafas de vinho sozinho. Já é ruim no volante, imagina doidão... Final da festa: dois jovens mortos, um de 20 e outro de 26 anos, por um deputado que, dirigindo embriagado e em alta velocidade, destruiu a vida desses garotos, que provavelmente não votaram no infeliz.

Mas não tem problema, o cara tem foro privilegiado, não vai a juri popular, terá os melhores advogados, jatinho particular emprestado para fugir e um monte de amiguinho influente, que viraram políticos, não fazem nada de útil para a sociedade e apenas aproveitam todas as regalias. Dificilmente vai pagar pelo que fez. Meus sentimentos às famílias das vítimas

Quando digo que a grande maioria dos políticos já escolhe a profissão com o intuito de roubar, muita gente me olha de lado e diz que não é bem assim, mas os fatos apenas comprovam que é assim, sim. E coitada de uma minoria que ainda tenta alguma coisa e acaba denunciada por apoiar a marcha pacífica da galera do posto 9, do Michael Phelps, do Giba...

Agora, se alguém vier dizer que quem escolhe os governantes somos nós mesmo, vai me colocar numasituação delicada e vou ser obrigado a concordar e, repetir meus dizeres iniciais: “Não gosto de política. (...) Vossa Excelência, a coisa tá feia! Algo precisa ser feito, uma mudança drástica, algo grande mesmo, uma revolução”.

VOSSA EXCELÊNCIA É O ESCAMBAU!!!

domingo, 24 de maio de 2009

Grosseiro!



Detalhe para o "barco" do Kelly...

Qualquer semelhança com HTs é mera coincidência.



Quem quiser a versão original desse (Geto Boys) procura no youtube...


Esses dois clipes em cima são de uma época em que o RAP fazia algum sentido. Um tempo em que a turma dos guetos norte-americanos contavam um pouco de suas vidas e cotidiano, em forma de ritmo e poesia, e conseguiam alguma voz perante a sociedade. Hoje em dia, é só cordão de ouro, mulheres gostosas e carros importados. Não tem mensagem nenhuma.

Soulja boy?? Que nada... Era tempo de Scarface, Ice Cube, 2Pac, Big...

Tudo bem que os caras arrumavam muitos problemas, mas a situação deles também era complicada.

O Hip Hop morreu?

sábado, 23 de maio de 2009



Bobby Martinez foi bi em Teahupoo... As condições não estavam nem de perto como as da foto, mas essa ai me impressionou bastante, então resolvi colocar pra jogo! Vai encarar?

sábado, 4 de abril de 2009

Não deixe o mar te engolir (ou deixe?)

Uma das grandes vantagens de estar sempre correndo atrás das ondas, é poder usar essa desuclpa para dar uma escapada das obrigações e encontrar uma daquelas viagens inesquecíveis, onde as contas são pagas pelo número de tubos ou pelas ondas incríveis que voltam na bagagem. Só para exemplificar, normalmente a galera que vai pra Indonésia volta fazendo uma conta mais ou menos assim: a passagem custou U$D 2500 e eu tirei uns 15 tubos daqueles; ou seja, cada tubo me custou aproximadamente 160 doletas. Está valendo! 

Ano passado o que teve de gente fazendo as malas e embarcando para o outro lado do mundo, mais precisamente para a Indonésia ou redondezas, aproveitando a força da nossa moeda e o momento positivo da economia brasileira, não foi brincadeira (inclusive eu, que também tive essa sorte). Mas agora os tempos são outros e nosso querido real já não vale mais tanto quanto antes, a crise chegou com tudo e viajar se tornou um sonho distante. Será? Eu não penso assim.

É claro que meus planos de 2008 de conhecer as Maldivas não poderão se concretizar em 2009, mas, nem por isso eu vou ficar em casa. O que não faltam são opções e ondas de nível internacional dentro do nosso continente e dentro de um orçamento razoável. É só usar a imaginação e procurar em sites especializados, ou até mesmo no fenômeno Google Earth, programinha incrível, onde um pouco de conhecimento de ondulações e outros pequenos detalhes, nos permitem saber se é possível surfar nos mais remotos cantos do planeta.

Peru é de longe o melhor lugar para pegar altas e gastar pouco. Tanto no sul, quanto no norte, quase todas as praias são favoráveis ao surfe, apesar do país não ser lá essas coisas e a água estar mais próxima do gelo do que de qualquer outra coisa (principalmente lá embaixo). Hospedagem e alimentação são quase de graça e a passagem aérea também é baratinha.

Ainda tem Chile, Equador e ainda, a nova onda, que é a selva da Colômbia, onde as coisas também funcionam legal… menos as FARC, mas isso ai dá para evitar. E pra quem tem um pouco mais de grana, a América Central oferece outras opções até melhores que pelo Sul.

Normalmente, a maioria dos destinos oferecem opções em conta para se comer e dormir e o que pega é entrar no avião. Mas para isso existe o sistema de milhagem. Que maravilha! O que seria de mim e muitos outros sem essa oportunidade? Tudo bem que você vai parando em todos os aeroportos que existem pelo caminho, mas para quem ainda é jovem e “durango”, só de chegar aonde se quer, subir em cima de uma prancha e abrir aquele sorriso bobo depois de um tubo, paga todos os perrengues.

Há ainda mais uma saída: explorar a costa brasileira que, mesmo com muita gente dizendo ser horrível para a prática de nosso esporte, conta com milhares de praias, ondas bem divertidas e, um ponto positivo, é muito constante. Na Bahia, o fundo é quase igual ao da Indonésia, com bancadas de coral espalhadas de norte a sul. São Paulo e Santa Catarina disputam o posto de melhores estados do país. No Espírito Santo é só procurar pelos fundos de pedra que existem na região. E pra quem gosta de marola, visite o Nordeste!!

Eu tenho para mim que pelo menos uma vez por ano quero viajar, seja como for e, espero continuar seguindo essa filosofia. Enfim, a idéia é não ficar parado e continuar indo atrás das ondas, conhecendo culturas e pessoas diferentes e aproveitando o lado mais divertido do surfe. Seja usando milhas, quebrando o cofrinho, trabalhando ou, pra quem ainda pode, pedindo uma ajudinha à família...

Parafraseando nosso querido presidente: A crise é apenas uma marolinha, não deixe ela te afogar!

 

 

terça-feira, 17 de março de 2009

O lúdico


O que dizer de Jamie O´brien, David Rastovich, Clay Marzo, Ry Craike e uma infinidade de outros surfistas que optaram pelo free surfe como filosofia de vida e sobrevivem muito bem dessa maneira? Será que esses caras surfam melhor que a turma do World Tour, que vive em função de competições e, muitas vezes, esquece o lado bom de estar em cima de uma prancha com os amigos ao redor e depois poder tomar aquela cerveja, sem grandes preocupações com o depois?

Uma coisa é certa: as melhores performances acontecem sem a pressão de ter que ganhar uma bateria ou se classificar para a próxima fase de um campeonato. Isso ninguém discute. Outra coisa que não entra em questão é a importância do free surfe para as competições. Um não existe sem o outro (aqui, obviamente, temos que considerar as sessões livres como forma de treinamento).

O crescimento do número de surfistas que deixam de lado o Circuito Mundial deixa no ar algumas dúvidas: o que é melhor - aparecer em capas de revistas no topo do pódio, com a prancha cheia de adesivos ou dentro de um tubo cavernoso, em um momento único, indescritível; pegar um final de tarde clássico no quintal da sua casa, mesmo que com um crowd chato ou surfar as melhores ondas do mundo com apenas 1 ou 2 ao seu lado, mas com a obrigação de ter que vencer e não poder arriscar tudo?

“Eu, definitivamente, fico muito desapontado e puto comigo quando eu perco”.

As palavras de Andy Irons fazem coro na maioria dos Top-45 e sua saída do Tour, junto com seu irmão, provam que as competições realmente desgastam. É preciso ter a cabeça no lugar para aguentar o ritmo das viagens, cobranças, solidão, desapego e todos os outros ônus de estar entre os melhores do mundo no chamado Tour dos Sonhos. 

A verdade é que, exceto por Kelly Slater, ninguém mostra nada de diferente em uma bateria. Nenhum dos outros 44 caras, considerados os melhores do mundo, entra na água com uma prancha diferente. Nenhum deles arrisca manobras diferentes. É so triquilha, 6'1 x 18 x ½ – com algumas pequenas variações – batidas, rasgadas, cutbacks e, graças a um ou outro, um aéreo no final da onda.

Por que isso? Porque não se pode arriscar quando é preciso vencer, quando o cara que paga as suas contas te obriga a subir no pódio, a estar sempre entre os grandes...

É por essas e outras que tem muita gente chutando o balde e voltando às origens. Não tem nada melhor do que poder cair no mar ao lado de 2 ou 3 camaradas, arriscar tudo o que você sabe, ou não sabe. E se cair... caiu! Volta para o outside e espera a próxima série para tentar de novo.

Que o diga a turma citada lá em cima. É por essas e outras que eles conseguem espaço na mídia. Não porque vencem um campeonato de julgamento subjetivo, onde você tem apenas 30 minutos, ou menos, para mostrar tudo o que sabe. Mas porque eles elevam os limites do surfe. Sempre!

Sejamos justos. Realmente não dá para dizer quem é melhor que quem se não for em uma competição, com algum critério de julgamento, mas nem sempre as condições são iguais para todos e isso acaba prejudicando um ou outro. Só quando existe uma disputa é que é possível mensurar um melhor e um pior, mas nem sempre a justiça é feita. Está para nascer um formato de competição capaz de colocar igualdade de condições.

A solução para esse embate? Não sei...

Por enquanto, o melhor a se fazer é continuar aproveitando a benção de Netuno e surfar sem pensar no depois. Se o mar tiver grande, tira a “gun” do armário e coragem! Se estiver pequeno, deixe a sua imaginação te levar e troque uma idéia com seu shaper, que ele te ajuda com as opções. Quem sabe você não esbarra com um Ry Craike ou um Bruce Irons e tenta se inspirar no surfe dele, que, com certeza, vai encher muito mais os seus olhos do que na maioria das baterias de um campeonato pelo mundo.

Parabéns Mineirinho:

 http://www.youtube.com/watch?v=1Yxu63Zj0xc  - Trajetória até o vice na Gold

 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

RIVALIDADE

O que dizer da cena que encerrou as duas semanas do Australian Open de Tênis, onde o que se viu foi um sempre classudo Roger Federer aos prantos, após perder para seu maior rival, o espanhol Rafael Nadal?


Mais do que suas lágrimas, que durante todo o tempo pareceram sinceras, inclusive recebendo as merecidas palmas do público que lotava o Arthur Ashe Stadium, ficou o constrangimento. Um grande campeão, dono de 14 canecos de Grand Slams, acostumado com vitórias, e, principalmente, acostumado a aniquilar seus adversários, não poderia ter feito isso com o cara que conseguiu, de forma maestral, diga-se de passagem, derrotá-lo mais uma vez, conquistando um título inédito em sua carreira... Esse mesmo cara, que por ser seu maior rival, sempre o colocou em patamares ainda mais elevados, merecia um pouco mais de respeito e consideração.


Em qualquer situação da vida, É PRECISO SABER PERDER!!! E, convenhamos, embora o discurso de Federer tenha sido de um bom perdedor, faltou compostura e a conhecida classe do suiço, que sempre demosntrou ser uma atleta exemplar, dentro e fora das quadras.


Deixando um pouco de lado a atitude de Federer, a mesma cena me fez lembrar de um assunto, muito visto nos esportes individuais, dentro do mundo real e, em histórias de super-herois, no mundo dos quadrinhos ou da fantasia: a RIVALIDADE.


O que seria de Batman sem o Coringa, ou do Super Homem sem Lex Luthor, de Senna sem Prost; Federer sem Nadal; Tom Curren sem Tom Carrol; Slater sem Andy Irons??? - ou vice-versa em todos os casos???


A primeira coisa que vem na cabeça das pessoas quando ouvem falar dessa palavrinha são sentimentos ruins, mas dentro do esporte, e levando para um âmbito mais geral, na vida, a RIVALIDADE, quando sadia, pode e, normalmente é, algo positivo, que supera limites e determina novas deretrizes. 


Imaginem se Andy Irons não tivesse invadindo o mundo do surfe, chutando o balde e ignorando o então hexacampeão mundial Kelly Slater, levando dois títulos em cima do americano e se colocando como uma ameaça aos recordes do mito Slater? Será que o carequinha voltaria a vencer, abocanhando outros três canecos e quebrando ainda mais recordes? E o que dizer da maneira como o surfe competição evoluiu durante a era Slater/Irons? Será que a volta de Slater interferiu realmente nessas mudanças? Difícil responder, mas esse é um caso típico de que a rivalidade traz consequências positivas, tanto para os envolvidos, quanto para a área onde atuam os mesmos.


Nadal e Federer também são dois nomes quase antagônicos. Enquanto um representa a classe e técnica, o outro é a imagem da força e da raça. E quando entram em quadra, um de cada lado, a certeza de um bom espetáculo e de mais uma demonstração do verdadeiro significado da palavra rivalidade entram juntas. E o resultado são sempre jogos de altíssimo nível e jogadas só vistas em partidas entre Rafa e Roger. Um eleva o outro e isso ficou muito claro nas palavras de cada um dos tenistas, com exaltações de ambas as partes a respeito de seu adversário, ou para quem preferir RIVAL.


Um pouquinho de provocação não faz mal a ninguém. Muito pelo contrário, todos os grandes campeões precisam de algo que pertube sua cabeça e que faça com que ele se sinta sempre desconfortável com a derrota. O velho ditado que diz que "o importante é competir" só funciona em campeonatos amadores. Aliás, mesmo quem vence competições amadoras também não gosta de perder e luta sempre para sair vitorioso. Eu não gosto de perder nem peladinha no play, nunca gostei!


E é justamente esse o papel do rival: provocar. No bom sentido, nunca sendo desrespeitoso, mas sempre colocando uma pulga atrás da orelha do grande campeão e fazendo com que ele se supere; e quebre recordes; e derrote seu rival, criando um processo cíclico, pendurando de volta a tal da pulga atrás a orelha de seu adversário, que, consequentemente, irá procurar devolver a tal da pulguinha e assim nasce a tal da RIVALIDADE... Ficou meio complicado esse raciocínio, mas lê de novo que você entende... (foi mal)


Paro por aqui, mas continuo torcendo para que o mundo dos esporte continue apresentando situações onde a rivalidade seja boa e continue levando o público ao delírio, após duelos épicos, como a final de Pipeline em 2003; ou esse último jogo de tênis, ao qual mencionei lá em cima; ou a corrida onde Prost deu uma fechada em nosso saudoso Ayrton Senna, acabando com as chances do brasileiro e terminando com o título (essa do francês foi feia, mas quem conheceu a rivalidade entre os dois entende os motivos). Como diriam os grandes e talentosos Mamonas Assassinas: "O importante é competir, mas te mato de porrada se você não ganhar" - só pra descontrair.



Uma rivalidade clássica nos sete mares:

Stubbies Pro 1986 - Tom Curren x Tom Carrol


http://www.youtube.com/watch?v=kcnRcczVFr4


Obrigado